Escuta ativa do Comitê de Cultura do DF debate o acesso da juventude à cultura

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Na quinta-feira, 18 de setembro, a Caravana das Juventudes levou ao Festival Elemento em Movimento, no Jovem de Expressão, uma escuta ativa com estudantes do Centro de Ensino Médio 02 de Ceilândia Norte. A atividade, conduzida pelo facilitador Gabriel Haje, convidou os jovens do 2º ano do ensino médio a responderem à pergunta: quais as principais dificuldades enfrentadas pelos jovens para acessar a cultura no Distrito Federal?

Cartaz resultado da escuta ativa com jovens na Caravana das Juventudes

Sentados em roda, os estudantes compartilharam experiências e percepções que revelam tanto barreiras materiais quanto simbólicas. Entre os pontos levantados, destacaram-se a falta de recursos financeiros, a invisibilidade da cultura das periferias em relação ao Plano Piloto, a necessidade de mais diversidade nas atividades culturais e a escassez de oportunidades para que a juventude ocupe espaços de criação cultural.

A atividade foi acompanhada pela professora responsável pela turma, Lidi Leão, moradora e artista de Ceilândia, que reforçou a importância de experiências como essa para a formação cidadã dos estudantes. “Quando tiramos os alunos do espaço da escola e os colocamos em contato com outras vivências culturais, eles passam a compreender que a arte não está distante do dia a dia. Música, dança, performance… tudo isso faz parte da vida deles e precisa ser valorizado”, destacou.

Professora Lidi Leão

Segundo ela, iniciativas como a do Comitê de Cultura, em parceria com a Secretaria de Educação e a comunidade escolar, cumprem um papel essencial: ampliar o olhar da juventude sobre o território em que vivem e fortalecer a relação entre escola, cultura e sociedade. “A formação não acontece só dentro da sala de aula. Atividades como essa também formam cidadãos mais sensíveis, capazes de refletir sobre a importância da arte e da cultura para suas próprias trajetórias.”

O facilitador Gabriel Haje explica que a escuta ativa integra um processo de aproximação da juventude com os debates culturais do DF. “Mais do que ouvir, a proposta é dar voz aos jovens e reconhecer suas realidades. É a partir desse diálogo que podemos pensar políticas culturais mais inclusivas”, afirmou.

O encontro terminou em tom de celebração, com estudantes percebendo que aquilo que já fazem em seu cotidiano, como ouvir música, dançar, se expressar, também é cultura.Na sequência, a atividade recebeu uma oficina de rima com o artista Nenzin MC, produtor cultural nascido e criado em Ceilândia Norte e finalizou com um show do artista para os jovens. Atuante na cultura Hip Hop desde 2010, iniciou no grupo Surgindo do Gueto e logo se destacou nas Batalhas de MCs, tornando-se um dos principais nomes do freestyle em Brasília, com passagens por 12 estados e eventos de alcance nacional. Como poeta, representou o Centro-Oeste no Slam Nacional de Poesias em Duplas em 2018, e desde 2013, coordena o projeto “A Arte de Rimar”, oferecendo oficinas de rima e escrita criativa que unem técnica, didática e estímulo à produção artística da juventude.

Nenzin MC deu uma oficina de rima e fez show para os jovens

Veja as fotos da atividade AQUI

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