A produtora Elsa Costa, uma das maiores referências da produção executiva no Brasil, conduziu a primeira parte da oficina “Produção Executiva com Elsa Costa”, realizada no Campus Brasília do IFB, em parceria com o Comitê de Cultura do DF, o IATEC e o LABFAZ. Com uma trajetória que inclui trabalhos com nomes históricos da música brasileira, Elsa acumula mais de quatro décadas de experiência em grandes festivais, turnês e eventos corporativos. Sua atuação consolidou um prestígio que, como ela mesma define, “vale mais do que dinheiro, porque é construído na base da confiança e da entrega.”
Logo no início da oficina, Elsa compartilhou passagens marcantes de sua trajetória e reflexões sobre a transformação do setor durante a pandemia. “É uma oportunidade de ver o quanto a gente é criativo e capaz de fazer. Em São Paulo, principalmente, eu tenho vários amigos que trabalhavam muito durante a pandemia, fazendo eventos híbridos, que a gente também teve que aprender a fazer”, afirmou. Segundo ela, esse formato exigiu uma reinvenção completa dos profissionais da área: “Os eventos híbridos são tipo televisão, programas de auditório, tem gente ao vivo e câmera transmitindo. Tivemos que entender esse novo funcionamento, que mistura teatro, cinema e show.”
Entre os temas centrais da oficina, Elsa apresentou etapas básicas de produção, como pré-produção (planejamento), produção executiva (execução), desprodução (desmontagem) e pós-produção (relatório e fechamento). Para ela, esses estágios se aplicam a qualquer área, seja um espetáculo, um evento corporativo ou até uma cerimônia familiar. “Falou de produção, você tem essas quatro etapas para lançar. Tudo começa com uma proposta: o que é o projeto, qual o conceito e o formato. A partir daí, você define o que precisa para ele acontecer”, explicou.
Ao longo da conversa, Elsa destacou que produção é sinônimo de planejamento e organização, pilares que determinam o sucesso de um evento. “Você vai num festival e tudo funciona: bilheteria, banheiros, acesso, som. Aí você fala ‘poxa, que produção legal!’. Quando dá errado, é porque houve desorganização. Produção é isso: fazer tudo funcionar.”
Para ela, o produtor é antes de tudo um gestor, alguém que precisa dominar todos os processos, mesmo nas tarefas mais simples. “Mesmo se você estiver cuidando só do credenciamento, você é um gerente naquele espaço. A gente passa perfeito, passa com capricho. Capricho é entregar com gosto, com dedicação. Porque amanhã, quando você estiver na função de gerente, você sabe como funciona e sabe pedir. Como dizia minha mãe: quem não sabe fazer, não sabe mandar.”
Elsa também abordou temas práticos, como a responsabilidade com pagamentos e cronogramas financeiros, explicando que a credibilidade de um produtor é construída na relação com patrocinadores, fornecedores e equipes. A gestora também destacou a construção participativa para um evento das certo, como comunicação com a equipe, planejamento participativo entre equipe / fornecedor / produtor, preleção, listagens e orçamento detalhado.
A primeira parte da oficina foi marcada por um clima de aprendizado e troca de experiências, aproximando os participantes da realidade dos bastidores da produção. A segunda etapa do curso acontece nos próximos dias e irá aprofundar aspectos técnicos e criativos da produção executiva, reforçando a importância da gestão, da ética e do capricho como fundamentos da profissão.


